O impacto da internet na sociedade

A Internet influência, sem dúvida, a vida social dos seus utilizadores. No entanto, não se pode afirmar, de modo conclusivo, que o faça numa linha negativa, ou seja, que leve a uma exclusão total, em larga escala, da vida em sociedade.
Há diversos estudos realizados sobre a questão da influência da Internet na sociabilidade das pessoas, mas, como não são conclusivos, é apontado, por alguns pesquisadores que nesses estudos as perguntas não tinham sido as mais adequadas, além de que dependia dos diversos contextos, momentos e etapas da difusão da Internet. Deste modo, o resultado pode não ser completamente fidedigno, preciso.
Assim, teremos de admitir a importância da influência que a Internet exerce sobre os seus utilizadores, tendo em conta um variado leque de circunstâncias, tais como: os espaços, as organizações, as tecnologias e até as características dos próprios utilizadores.
Há estudos que permitem verificar que a utilização da Internet pode conduzir a um decréscimo das inter-relações sociais, mas também funciona como um meio de ligação, como secar com a utilização do correio electrónico que “representa mais de 85% da utilização da Internet e a maior parte deste volume de correio electrónico está relacionado com o trabalho, com tarefas específicas e com as relações entre familiares e amigos na vida real” (Howard, Rainie, Jones, 2001; Tracey, Anderson, 2001, apud Castells, 2004: 147 ).
Não podemos esquecer que os utilizadores fazem uso da Internet, muitas das vezes, subordinando esse uso à sua própria identidade.Howard Rheingold, no seu livro, “Virtual Communities” defendeu um novo tipo de comunidade que reuniria pessoas on-line, de acordo com valores e interesses comuns e partilhados que levariam à criação de “Laços de apoio e amizade” chegando mesmo à interacção pessoal. A experiência da WELL (comunidade virtual surgida nos anos 80, na Baía de S. Francisco, com figuras chave, no início da difusão da Internet) corresponderia a este modelo, só que, com a contínua difusão da Internet, estes efeitos “espectaculares” foram diminuindo.
Apesar dos nos mostrarem que a influência da Internet potencia relações, não ficamos devidamente esclarecidos se essa sociabilidade é positiva. Isto por ser apontado, por alguns estudos, que a utilização pode funcionar como substituto de outras actividades de carácter social, enquanto outros estudos demonstram que quem utiliza mais frequentemente a Internet tem tendência a estreitar as suas relações sociais.


Impacto da sociedade de informação na vida quotidiana - Parte Dois
http://www.youtube.com/watch?v=nm85kCYT9Yw

Mass Média

Os Mass média

Os mass media representam uma época em que o fluxo de comunicação é unívoco, pois o receptor das mensagens limita-se precisamente a esse papel, pertencendo a uma massa informe, sem capacidade de resposta. A interactividade é inexistente. O emissor - os mass media - é todo-poderoso, omnipotente. Estes media são pois formas de comunicação através das quais usamos o tempo de utilização com carácter imutável: eles são unilineares.
Os mass media são estruturas altamente organizadas; pretendem satisfazer as preferências e as exigências dos sectores do público que representam a maior fatia no mercado. Só assim eles podem manter um equilíbrio económico, visto que dependem das receitas provenientes da publicidade. Esta lógica é impossível de contrariar: temos de seguir a maioria.
Na era da informação, os mass media tornaram-se maiores e mais pequenos. Se estações de televisão como a CNN têm uma ampla difusão e abarcam um público constituído por milhões de pessoas, o mesmo se passando (ainda que a um público menos numeroso) com a rádio, alguma imprensa ou serviços de cabo exemplificam uma difusão especializada, visando um público pequeno, mas com gostos definidos. Talvez o cinema seja um meio-termo entre os restantes mass media.
A pesquisa sobre os mass media percorreu vários campos, nomeadamente o problema da manipulação, a questão da persuasão, o estudo sobre a sua influência, até chegar ao debate das suas funções. Neste último ponto, o interesse recai sobre a dinâmica do sistema social e o papel desempenhado pelos meios de comunicação social na sociedade.
Um estudo sobre as funções psicológicas e sociais dos mass media, elaborado por Katz, Gurevitch e Haas, em 1973 - «On the Use of Mass Media for Important Things» - separa 5 classes de necessidades que os mass media satisfazem:
- Necessidades cognitivas (adquirir e melhorar tanto conhecimentos como compreensão).
- Necessidades afectivas e estéticas
- Necessidades de integração a nível da personalidade (estabilidade emotiva, maior segurança, aumento de credibilidade e ascensão na posição social)
- Necessidades de integração a nível social (mais contactos interpessoais, com a família e os amigos)
- Necessidades de evasão (aliviar as tensões, atenuar os conflitos).
Um quarto de século depois, é possível afiançar que estas mesmas necessidades podem ser satisfeitas ao nível dos média, nomeadamente com a Internet, e de uma forma mais completa e variada.
A eficácia quase mítica que se atribui aos meios de comunicação de massa, quanto ao seu efeito manipulativo e persuasor nas mentes humanas, tem hoje menos razão de ser, nas sociedades desenvolvidas, perante um público mais desconfiado, que não aceita tudo o que vê ou ouve, um público que não acredita forçosamente na eficácia destes media, um público que tem acesso a outras formas de comunicação, mais pessoais e directas.

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